Quatro Vezes Você - Capital Inicial

Quatro Vezes Você - Capital Inicial

Rafaela está trancada há dois dias no banheiro
Enquanto sua mãe
Toma prozac, enche a cara
E dorme o dia inteiro
Parece muito mas podia ser
Carolina pinta as unhas roídas de vermelho
Em vez de estudar
Fica fazendo poses
Nua no espelho
Parece estranho mas podia ser
 
O que você faz quando
Ninguém te vê fazendo
Ou o que você queria fazer
Se ninguém pudesse te ver
 
Gabriel e a namorada se divertem no escuro
Enquanto o seu pai
Acha tudo que ele faz
Errado e sem futuro
É complicado mas podia ser
Mariana gosta de beijar outras meninas
De vez em quando
Beija meninos
Só pra não cair numa rotina
É diferente mas podia ser





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Eu, particularmente amo esta música, pois a mesma fala sobre preconceito.
Uma filha, está trancada no banheiro enquanto a sua mãe usa drogas.
Uma provável adolescente rói unhas e não estuda, além de ter desejo de ser modelo pornográfica.
O autor da música é um crítico muito interessante, ele te confronta lindamente como se nada fosse seu limite.

No refrão ele pergunta o que você faz quando está sozinho em casa, sozinho na escola,  ou até mesmo quando não está na presença de pessoas que te conheça. Além disso, volta e pergunta o que você tem vontade de fazer se estivesse sozinho.
 (#HAHAHAHAHA Eu amo essa parte.)
Pois o que há de pessoas hipócritas neste mundo, não está escrito no gibi (nem no mangá).

Agora ele fala sobre um garoto.
Gabriel e a namorada fazem sexo em algum lugar que pode ser seu quarto (no escuro), enquanto o pai dele acha que ele está fazendo tudo errado e que é um “Zé Mané”, ou seja, sem futuro.
Já Mariana é bissexual, beija garotos e garotas.
O autor continua a perguntar o que você faz quando ninguém está ao seu redor e o que você queria fazer se ninguém estivesse.
Quantas pessoas tem vergonha do que fazem, quantas pessoas queriam fazer algo mas estão impossibilitadas pelo puro preconceito humano?
*Hey você, acorde! Você deve fazer as coisas que você acha certo, não deve ter medo de nada nem de ninguém, saia do armário, abra o baú!
Hey você, olhe pra sua vida, não julgue as pessoas, não fale mal de ninguém, pois ali na frente já falarão mal de você. Olhe pra sí mesmo. Pare de pedir, faça!


Daniel Assis... ;-)

Estrelas do Amanhã - Banda Catedral

Vamos falar hoje da música Estrelas do Amanhã, escrita por Kim e Júlio César da Banda Catedral.

Aqui vai a letra da música:



Não há mais rancor entre a gente
E nem desamor, é diferente
Não quero o temor da defesa
Nem a ilusão da certeza

E você não vem
E a noite chegou
Estrelas no céu
Sussurram talvez amanhã
E sem ter noção
Avesso a razão
O meu coração
Segue as estrelas...

A vida é assim, displicente.
E muda sem dar a vertente
Nos leva numa correnteza
Nos prende com sua destreza


 
Esta música é muito interessante, de certo modo subjetiva ao mesmo tempo em que é também objetiva.

Na primeira estrofe o eu lírico da canção tenta deixar claro que não há brigas, mágoas e que a ilusão de se ter certeza das coisas, às vezes estagna qualquer sentimento, logo ele prefere não quer ter a certeza.

Porém na segunda estrofe, ele tenta demostrar que estáà espera de alguém, um encontro e esta pessoa não vem, que já está a horas esperando, já anoiteceu e nada aconteceu. Agora entramos no sentido figurado da coisa, “estrelas do céu sussurram: talvez amanhã”. Há a personificação das estrelas, ele se ente só e o único diálogo que ele tem é com as estrelas que dão a suposição de que  a pessoa amada pode vir amanhã.
É como se ele pensasse em dar uma outra oportunidade a pessoa que ele se diz certo daquele relacionamento. E assim, ele já diz que avesso a razão, ou seja, diferente da verdade, do lógico, o coração segue as estrelas.
Segue as estrelas dizendo que talvez amanhã a pessoa venha, ou algo que ele esteja esperando.
Na terceira e última estrofe ele tenta se justificar por continuar esperando. Diz que a vida é displicente e muda sem avisar (claro que a vida não vai te avisar nada, você aprende com seus erros ou com os erros dos outros e também com os acertos) e que nos faz de pequenos objetos, nos levando e nos trazendo por onde ela quer. Isto é bem verdade. “Nos leva numa correnteza/Nos prende com sua destreza”